Nesta edição do Casa Cor estamos excepcionalmente superando uma antes impensada adversidade, a pandemia. Apesar disso, focamos naquilo que a fase nos trouxe de melhor: um novo olhar para a rotina, para os novos hábitos e a necessidade de desacelerar das práticas do cotidiano, que antes tanto nos capturavam. Assim, fomos confrontados com novos desafios que precisávamos superar. Nesse sentido, também buscamos nos reinventar, ainda que de um modo simples, voltamos nosso olhar para aquilo que antes não tínhamos mais tempo. Criamos assim um espaço que busca – por meio de recursos mais lúdicos e que apelam para os estímulos dos sentidos, das diferentes texturas, cores, aromas da culinária, da memória e da natureza – convidar para o desacelerar, o estar e o contemplar, com qualidade. Mais criativo e aconchegante, assim como nos exigiu o “novo normal”, criamos um espaço onde a permanência possibilita a contemplação prazerosa e o uso de forma segura.
Baseados nesta premissa, buscamos inspiração nos mercados e mercearias tradicionais, com uma roupagem mais atual, como feito no Mercado da Ribeira em Lisboa, por exemplo. A memória afetiva que carregamos das antigas mercearias de bairro, nos moveu a criar uma atmosfera de reconhecimento, familiaridade e aconchego. Na área externa pensamos em espaços delimitados ao ar livre. Sem deixar de explorar a poesia de um espaço tão marcante como a do casarão, com sua arquitetura história e natureza abundante, aliamos a nova necessidade do distanciamento social. Nossa inspiração e objetivo foram proporcionar uma experiência segura, agradável e cercada de muito verde e sociabilidade para os visitantes.